O edifício de habitação multi-familiar foi recuperado e possui agora oito apartamentos divididos por uma cave, rés-do-chão, um piso e aproveitamento de vão da cobertura irregular.   A fachada principal, para o Largo da Lapa, é a original, maioritari
 A fachada posterior foi mantida em grande parte. Esta possui regras de proporção entre vãos, quebrada apenas por uma marquise no rés-do-chão e a cave.
 O avanço existente no rés do chão é reconstruído com sistemas construtivos modernos, mantendo o revestimento pré-existente, melhorando a caixilharia de madeira agora lacada a cinzento. A construção de uma escada de acesso ao logradouro oferece um ac
 As escadarias ainda evocam o pré-existente através das guardas originais restauradas, o revestimento de madeira de pinho, a carpete vermelho velho que cobre ¾ da largura, os ferros de fixação da carpete nos mesmo tom envelhecido dos candelabros de t
 As guardas originais foram restauradas e pintadas de branco, tirando partido das formas e texturas.
 A carpete vermelha das escadas prolonga-se pelos corredores evidenciando o carácter longitudinal entrecortado apenas por elementos estruturais do edifício.
 O interior de uma das paredes originais é restaurado e deixado à vista criando uma riqueza visual que emoldura este espaço de passagem.
 Um elegante medalhão em estuque encima a caixa de escadas, trazendo uma rica referência do edifício original.
 Os apartamentos são invadidos pela luz natural através de generosos janelões, agora com caixilharias contemporâneas mas que se enquadram discretamente com as portadas e guardas de ferros semelhantes às originais.
 A cozinha funde-se cromaticamente com as paredes apesar da discreta textura da bancada e do metalizado dos electrodomésticos.
 O grande móvel de cozinha serve também como divisão do espaço.
 Os dois janelões gémeos abrem para o muro de suporte do lado oposto, proporcionando um agradável contraste de texturas com os agora simplificados gradeamentos e caixilharia.
 Em alguns dos apartamentos, a cozinha é mais compacta delimitando visualmente o seu espaço.
 Pequenos recantos são redesenhados para a optimização do espaço, mas sempre incorporando características do edifício original como as tomadas peculiares.
 A estreita escada interior do duplex é singela e discreta, apenas com as linha visíveis da estrutura do edifício a interromper as paredes brancas.
 Uma(s) cozinha(s) possuem uma funcional garrafeira integrada no móvel que adiciona um elemento visual modular que o torna mais rico em termos de textura.
 Uma nova porta de vidro integrada no vão de pedra pré-existente, não só traz luz natural para o quarto como também deixa antever o início do logradouro.
 A mesma transparência é utilizada no piso superior, com a porta para a escada exterior e as janelas até ao teto. O revestimento do pavimento com um padrão geométrico que simula a terceira dimensão, contrasta com o desenho depurado do corredor e os a
 A transição do edifício para o logradouro é feita por uma plataforma de madeira simulando um plano que dobra e se ergue para formar o muro, numa continuidade visual quebrada apenas pela cor.
 A combinação de madeira maciça e aço domina os elementos estruturais como na laje apoiada na vigas à vista que é rematada por aço na mesma cor das caixilharias dos três generosos janelões.
 O contraste de sólido e opaco com transparente e delicado é ainda mais evidente do ângulo oposto de onde se pode observar a guarda de vidro do mezzanino apoiado na viga de aço.
 A escada do duplex, com uma dupla função de estante, tira proveito das suas características funcionais através de um detalhe lúdico que joga com o contraste entre a madeira da parte com dupla função e a chapa metálica dos últimos degraus, criando um
 O mezzanino é iluminado naturalmente pelos janelões do piso inferior graças à parede de vidro que o delimita, evitando assim a sensação de espaço pequeno.
 As portas alongadas aproveitando toda a altura evidenciam o pé-direito generoso.
 Apesar do mezzanino permitir olhar sobre o piso inferior, a privacidade dos dois espaços é mantida, apenas sendo possível ver uma estreita faixa do outro espaço que passa quase despercebida devido à justaposição com a vista para o exterior.
 Para quem usa a escada, a divisão de materiais é a ainda mais aparente marcando claramente não só a torção mas também a mudança de piso.
 Ocasionalmente, as cozinhas são espaços delimitados mas nunca fechados.
 Contudo estas mantêm uma certa transparência devido ao facto da estante/escada ser composta por vãos abertos por alguma luz natural superior.
 Os apartamentos possuem generosos janelões que enchem a sala de luz.
 Pequenas clarabóias trazem luz adicional às divisões do aproveitamento do vão de cobertura.
 As clarabóias iluminam locais estratégicos que de outro modo necessitariam luz artificial.
 As cozinhas, mesmo quando compactas e delimitadas, são desenhadas para otimização do espaço de arrumação.
 A simetria das fachadas reflecte-se no interior através da generosas janelas.
 Um dos apartamentos possui uma cozinha compacta ao estilo móvel único, aberto para a sala. Esta serve também de parede divisória apoiando a escada para o piso superior.
 O piso superior, ao contrários dos outros, não possuindo qualquer vão para iluminação que não uma pequena clarabóia, continua a dar a sensação de espaço amplo graças à anexação visual da escada.
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